
Paul Auster, A trilogia de Nova Iorque #5.

Oasis, Wonderwall
Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do
About you now
Backbeat the word is on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
I don't believe that anybody
Feels the way I do
about you now
And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I'd
Like to say to you
But I don't know how
Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall
Today was gonna be the day
But they'll never throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you're not to do
I don't believe that anybody
Feels the way I do
About you now
And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I'd like to say to you
But I don't know how
I said maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall
I said maybe (I said maybe)
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall
I said maybe (I said maybe)
You're gonna be the one that saves me (that saves me) 3x
“(…) Trabalhava habitualmente até tarde, chegava a casa às oito ou nove horas e passava frequentemente os sábados e parte dos domingos no escritório. Acho que nunca soube como lidar com o filho, pois parecia ter pouco tacto para lidar com crianças, como se tivesse perdido todas as recordações de também ter sido criança. Mr. Fanshawe era tão cabalmente adulto, tão completamente imerso em sérios assuntos adultos, que até chego a pensar que nos via como criaturas do outro mundo. (…)”
“(…) E será sempre assim, pensa Blue. Se não arrumar Black agora, aquilo nunca terá fim. É a isto que os antigos chamavam fado, e todos os heróis têm de se submeter ao fado. Não há escolha, e a única hipótese é apenas a única coisa que não permite escolha. Mas Blue não suporta a consciência deste facto. Luta contra isso, rejeita-o, fica dilacerado. Mas apenas porque já sabe – e lutar contra isso é já uma forma de o aceitar, querer dizer «não» é já uma maneira de dizer «sim». (…)”
“(…) Embora tivesse ainda o mesmo corpo, a mesma mente, os mesmos pensamentos, sentia-se como se o tivessem tirado do seu próprio corpo, como se já não tivesse de andar por aí com o fardo da sua própria consciência. Bastava um simples truque da inteligência, uma pequena e hábil troca de nomes, para se sentir incomparavelmente mais leve e mais livre. Ao mesmo tempo, sabia que tudo isso não passava de uma ilusão. Mas até nisso havia um certo conforto: não havia perdido realmente o seu ser; (…)”
“E depois, o mais importante de tudo: lembrar-me de quem eu sou. Lembrar-me de quem esperam que eu seja. Não creio que isto seja um jogo. Por outro lado, nada é claro. Por exemplo: se nos perguntam: quem és tu? E se pensamos que sabemos, por que razão mentimos sempre sobre isso? Não sei responder. Tudo o que posso dizer é isto: Ouçam. Chamo-me Paul Auster. Este não é o meu verdadeiro nome.” 

“(...) Luís Bernardo era quase da idade do Rei, mas, ao contrário deste, era um homem magro e elegante, que se vestia com aquela sobriedade só aparentemente distraída que é característica dos verdadeiros gentlemen. D. Carlos de Bragança parecia um pacóvio fardado de Rei; ele parecia um príncipe disfarçado de burguês. Tudo, na sua figura, na maneira como se vestia, na sua forma de andar, denunciava a sua atitude perante a vida: cuidava da aparência, mas não tanto que isso se transforma-se num incómodo; estava a par da moda, do que se passava lá fora, mas não prescindia do seu próprio critério; passar despercebido era motivo de angústia, ser demasiado notado, apontado a dedo, era-lhe constrangedor. A sua qualidade era não alimentar demasiadas ambições, o seu defeito o de não alimentar, provavelmente, ambição alguma. E, todavia, quando se examinava a si próprio, tentando manter uma distância razoável para análise, Luís Bernardo reconhecia, sem excesso de vaidade, que estava vários planos acima do meio da sua frequência: era mais bem educado do que os imediatamente abaixo, mais inteligente e culto, menos fútil do que os acima. E assim se foram passando os anos e a sua juventude deslizando ao longo deles. (…)”

Ola :)
Eu sou a rock e este é o meu quarto.
Podes estar à vontade, puxa uma cadeira, senta-te numa almofada, no chão, ou na cama, mas bom não te deites, afinal não estás em tua casa…