quarta-feira, 13 de junho de 2007

Os Corvos


Ontem troquei os Santos e o chouricinho assado (sim, porque aqui a Je não gosta de sardinhas...) por uma noite magnífica a ouvir um som fenomenal :) desde já agradeço ao Diogo, a quem dedico o post, bem merece pois sem ele não estaria lá, qual criancinha de 5 anos deliciada a ouvir esses grandes senhores, esse grande grupo português, OS CORVOS!!! :D
Como toda a gente que me conhece bem sabe, não sou de escrever muito e o que pudesse dizer aqui não faria justiça aos sentimentos que me assaltaram antes, durante e depois daquele maravilhoso espectáculo. De qualquer forma, tenho de dizer que para chegar ao local passei por algumas peripécias, até bastante interessantes... ;) mas valeu bem a pena, o concerto foi dos melhores que já vi, não que tenha visto muitos mas já lhes perdi o conto, no entanto este fica sem dúvida para a história. Tive lá... falei com eles... qual adolescente babada, que já não sou, sem palavras e tímida (sim porque eu tenho os meus momentos...) por não saber exprimir a minha alegria de estar ali, de qualquer forma valeu a simpatia e a boa disposição, são bastante brincalhões como na actuação bem se vê, e são músicos extraordinários! Não é para me gabar, (este post tem sido uma gabarolice pegada, mas vou continuar a fazer-vos inveja) conheço alguns músicos e vê-se que estes cinco senhores (sim porque o baterista também conta!) adoram fazer música e adoram estar em palco, é esse gozo que transparece à vista que faz com que para além da música, o espectáculo seja excelente! O meu humilde, muito obrigado pela grande noite :)


Atrevo-me ainda a deixar aqui uma coisita, correndo o risco de me repetir, pois é do livro que ainda há pouco postei, mas que penso ser bastante apropriada :)

“(…) E imagino o barulho, sempre o imaginei. É através do meu corpo que oiço a música. Com os pés nus no chão, colados às vibrações, é assim que a vejo, a cores. O piano tem cores, a viola eléctrica, os tambores. E a bateria. Vibro com todos eles. Quanto ao violino não consigo alcançá-lo. Não sou capaz de o ouvir com os pés. O violino eleva-se, deve ser agudo como um pássaro, como o canto de um pássaro, é impossível agarrá-lo. É uma música que se eleva em altura, não no sentido da terra. Os sons no ar devem ser agudos, os sons da terra devem ser graves. E a música é um arco-íris de cores vibrantes.(…) a música é uma linguagem para lá das palavras, universal. É a arte mais bela que existe, consegue fazer vibrar fisicamente o corpo humano. (…)”

Emmanuelle Laborit, O Grito da Gaivota #3.

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