“(…) Ia começar a comer quando reparou que Sebastião não se tinha mexido. Continuava ali, de pé e quieto, vigiando atentamente cada um dos seus movimentos. Aquilo pareceu-lhe desconfortável para ambos.
- Sebastião…
- Sim, senhor governador?
- Primeiro que tudo: não quero que me trates por «senhor governador» - parece que não estás a falar com uma pessoa, mas sim com um monumento.
- Sim, patrão.
- Não, Sebastião, patrão também não. Vamos lá a ver: olha, trata-me por doutor, está bem?
- Sim, dotôr.
- E agora, Sebastião, apetece-me conversar. Por isso, puxa aí uma cadeira e senta-te, porque também não consigo conversar sentado com uma pessoa em pé.
- Sento-me, patrão?
- Doutor. Sim, senta-te aí, vá! (…)”
Miguel Sousa Tavares, Equador #1
- Sebastião…
- Sim, senhor governador?
- Primeiro que tudo: não quero que me trates por «senhor governador» - parece que não estás a falar com uma pessoa, mas sim com um monumento.
- Sim, patrão.
- Não, Sebastião, patrão também não. Vamos lá a ver: olha, trata-me por doutor, está bem?
- Sim, dotôr.
- E agora, Sebastião, apetece-me conversar. Por isso, puxa aí uma cadeira e senta-te, porque também não consigo conversar sentado com uma pessoa em pé.
- Sento-me, patrão?
- Doutor. Sim, senta-te aí, vá! (…)”
Miguel Sousa Tavares, Equador #1
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